A toxina botulínica no tratamento da doença de Parkinson

Quando se fala em Botox, logo se pensa em tratamentos estéticos. No entanto, a toxina botulínica é usada para fins médicos muito antes de sua aplicação na beleza. Ela funciona para diversos fins terapêuticos no corpo humano – da neurologia à urologia. No tratamento da doença de Parkinson, a toxina botulínica também encontrou seu espaço.

Um dos sintomas muito desconfortáveis e constrangedores para os pacientes de Parkinson é o excesso de saliva na boca, a sialorreia, que pode escorrer pelos lábios de forma involuntária. Ela ocorre não por excesso na produção da saliva, mas pela dificuldade da pessoa de engoli-la. Uma forma de controlar a situação, que tem mostrado bons resultados, é a aplicação da toxina botulínica nas glândulas salivares. Tais aplicações, conduzidas por ultrassonografia, reduzem em até 50% a quantidade de saliva produzida. Consequentemente, há uma redução do líquido dentro da boca.

A grande vantagem deste tratamento é o fato de ele ser transitório. O efeito da toxina não dura mais que 4 ou 5 meses, quando novas aplicações são necessárias. Assim, caso haja qualquer desconforto, o paciente sabe que terminará. Vale ressaltar que o uso desta substância não dever ser banalizado nem feito por profissionais despreparados, para não correr o risco de atingir a região errada e afetar a deglutição, outra questão sensível para os pacientes de Parkinson.

Além do desconforto, a saliva acumulada na boca dificulta a deglutição, aumenta o risco de engasgo e traz prejuízo à fala. Há também o perigo de a saliva ser aspirada e levar a algo mais grave, como pneumonia. Uma dica, recomendada por parkinsonianos, é mascar chicletes. O hábito faz com que a pessoa se lembre de engolir a saliva mais frequentemente.

Para outras dicas de como prevenir o engasgo e para conhecer os benefícios que sessões de fonoaudiologia podem trazer para o paciente de Parkinson, clique aqui.

Atualizado em 05/04/2018.