Marcha do parkinsoniano melhora com estimulação da medula

Estimulação melhora marcha do parkinsoniano

A publicação Neurology Today, uma das mais importantes relacionadas à divulgação de estudos científicos na área de neurologia, apresentou esta semana, no Congresso Internacional de Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento, no Canadá, o resultado favorável de uma pesquisa sobre estimulação da medula espinhal com efeitos positivos expressivos na marcha do parkinsoniano. Embora os resultados sejam iniciais e, portanto, ainda não conclusivos, o trabalho foi considerado muito promissor porque confirma resultados de outros estudos semelhantes.

Ler mais

Dr. Erich Fonoff responde: Em que idade a doença de Parkinson é mais comum?

Erich Fonoff responde idade parkinson

A doença de Parkinson é heterogênea, sendo assim a intensidade de suas manifestações clínicas variam de pessoa para pessoa. Contudo, sua progressão vêm sendo relacionada com o processo de envelhecimento. No entanto, vale ressaltar que esta doença pode acometer as populações mais jovens. Assim, é importante conhecer qual a idade em que a doença de Parkinson pode iniciar, bem como a idade da qual ela é mais comum.
O canal Parkinson Hoje possui uma série no nosso canal no YouTube para responder as principais perguntas que os leitores têm sobre a doença de Parkinson, os sintomas, os tratamentos e outros assuntos fundamentais para pacientes, familiares e cuidadores. Quem responde é o nosso diretor técnico, Dr. Erich Fonoff, médico neurocirurgião, professor, pesquisador e um dos principais especialistas brasileiros em doença de Parkinson e outros distúrbios do movimento.
Assista logo abaixo o vídeo em que o Dr. Erich fala sobre a idade em que a doença de Parkinson é mais comum.

Ler mais

A febre amarela e o Parkinson

febre amarela e o parkinson

A febre amarela é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos vetores que ocasiona em um estado febril agudo. Esta doença pode ser facilmente transmitida em ambientes urbanos por propiciar as condições necessárias para os vetores da doença.
O Brasil têm enfrentado surtos de febre amarela, que atingiram principalmente os estados do Sudeste. Surgiram inúmeras dúvidas a respeito de quem pode tomar a vacina, se ela é incompatível com certos medicamentos e os riscos para quem tem algum outro problema de saúde.
O neurocirurgião Erich Fonoff, diretor técnico do canal Parkinson Hoje, esclarece:

“Os pacientes de Parkinson podem tomar a vacina contra a febre amarela. Os riscos são os mesmos da população geral. Também não há incompatibilidade da vacina com as medicações antiparkinsonianas.”

Por se tratar de uma doença séria e, muitas vezes, fatal, reproduzimos abaixo os principais trechos do texto publicado no portal do Ministério da Saúde. Fique informado e, na dúvida, sempre consulte seu médico!

‘A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.‘
‘O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa.’
‘É importante ressaltar que os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No entanto, a maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. Porém, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.’
‘É importante saber que o período de incubação viral é, geralmente, de três a seis dias após o contato com o vírus, sendo que em situações esporádicas esse tempo pode ser maior com até 10 a 15 dias. Desta forma, a melhor forma de se prevenir e controlar a doença é através da vacina.’

‘O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.’

‘No Brasil, a vacinação é recomendada para as pessoas que residem ou que se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacinação. No entanto, as áreas consideradas de maior risco de exposição são os locais de matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural que, em geral, abriga vírus, hospedeiros e vetores naturalmente, aumentado o risco de exposição ao ciclo natural da doença.’
‘Na dose padrão será aplicado 0,5 mL da vacina febre amarela, enquanto da dose fracionada será aplicado 0,1 mL. O tempo de proteção da dose padrão é para toda a vida, já com a dose fracionada ela tem duração de pelo menos 8 anos.’

Atualizado em 23/01/2023. 

Genética na doença de Parkinson – Avanços nos Estudos Genéticos na Progressão da Doença de Parkinson

A doença de Parkinson é o distúrbio do movimento neurodegenerativo mais comum do mundo, afetando cerca de 1% da população com mais de 60 anos. O principal achado patológico da doença, até o momento, se concentra na perda de neurônios dopaminérgicos da substância nigra, responsável pelos principais sintomas clínicos da doença, incluindo bradicinesia, rigidez, tremor e alteração postural.

Nos últimos anos, no entanto, houve significativo progresso na análise da genética na doença de Parkinson. As descobertas nos estudos de associação genética têm trazido esperança na busca por terapias mais eficientes no combate ao progresso desta enfermidade, iniciando uma nova era de investigação da genética no Parkinson.

O progresso do estudo da genética na doença de Parkinson

A doença de Parkinson foi durante muito tempo encarada como unicamente esporádica, sem se considerar qualquer contribuição da genética para sua complexa progressão. Em 1997, a partir de diferentes estudos sobre o tema, chegou-se na identificação de mutações responsáveis pelo aparecimento do Parkinson no gene codificante α-sinucleína (SNCA), o que mudou para sempre a visão da comunidade científica em relação à doença de Parkinson.

Pouco tempo depois da descoberta deste gene codificante, novos genes foram associados à doença de Parkinson, localizados em regiões cromossômicas diferentes das descobertas anteriores, levando à percepção de que o Parkinson é uma doença poligênica (causada por uma combinação de fatores ambientais, mutações em genes múltiplos e envelhecimento). Desde então, vários outros genes implicados no aparecimento do Parkinson, bem como várias formas monogênicas da doença e diversos fatores de risco genético foram identificados.

Diversas mutações altamente penetrantes produzindo formas raras da doença em genes como SNCA, Parkina, DJ-1, PINK1, LRRK2 e VPS35 foram identificadas. Também se verificou que diversas penetrâncias incompletas em genes como LRRK2 e GBA são fortes fatores de risco no desenvolvimento do Parkinson. Adicionalmente a tudo isso, mais de vinte variantes genéticas comuns foram associadas à modulação do risco para a doença de Parkinson.

As investigações das formas genéticas mendelianas do Parkinson, ou seja, de como o conjunto de princípios relacionados à transmissão hereditária das características de um organismo a seus filhos se relacionam com a doença de Parkinson, vêm fornecendo informações preciosas no que diz respeito à compreensão da fisiopatologia das formas mais comuns da doença.

Os fatores de risco genético reconhecidos na doença de Parkinson

Vários genes de suscetibilidade e fatores de risco foram associados à doença de Parkinson nos últimos anos. O sucesso neste campo de investigação foi conseguido graças a estudos do genoma humano, mas nem todos foram bem aceitos e bem sucedidos. Neste momento, são três os genes reconhecidos como fatores de risco genético para a doença de Parkinson:

1 – α-sinucleína (SNCA)

Após a descoberta de diferentes mutações raras no gene SNCA, prosseguiu-se uma época forte de investigações na área genética na doença de Parkinson. Diversos pesquisadores procuraram verificar se existia algum tipo de variabilidade comum no gene SNCA, de forma a perceber se este gene estaria também associado ao risco de aparecimento do Parkinson em sua forma esporádica.

Inicialmente o estudo indicou que o genótipo APOE, um importante fator de risco para a doença de Alzheimer de instalação tardia, interagia com um dinucleótido variável presente no gene SNCA. Essa interação não apresentou replicação. No entanto, mais tarde, foi-se comprovado a existência de variantes de risco para o Parkinson entre os alelos promotores (formas alternativas de um mesmo gene gerado por mutações) do gene SNCA.

Isso foi fundamental para que os pesquisadores demonstrassem, inequivocamente, a ocorrência de uma associação entre a variabilidade genética que ocorre na SNCA com a doença de Parkinson. Desde então, a associação entre Parkinson e o gene SNCA tem sido altamente comprovado através de diferentes estudos de associação genética, permitindo identificar uma quantidade significativa de variações genéticas e revelando informações importantíssimas sobre a arquitetura do risco genético deste gene.

2 – LRRK2

A identificação das mutações no gene LRRK2 como uma das causas do desenvolvimento da doença de Parkinson, foi obtida graças à complexa análise em diferentes populações.

A variante G2385R foi a primeira a ser identificada como uma causa da doença de Parkinson em populações asiáticas. Ela está presente em 5% da população e, mais tarde, provou-se que se tratava de um alelo (gene alternativo gerado por mutação) que duplica o risco de instalação do Parkinson.

Essa descoberta foi amplamente observada em pacientes asiáticos que habitavam diferentes áreas geográficas como Taiwan, China, Coréia, Singapura e
Japão. Em 2008, outra variante foi associada à duplicação do risco de desenvolvimento da doença de Parkinson nas populações asiáticas: a R1628P.

Além dessas variantes, várias outras do gene LRRK2 foram avaliadas e mostraram obter níveis de variação suficientes para serem associadas ao risco de aparecimento do Parkinson.

Esse gene é várias vezes identificado em populações caucasianas através de estudos de associação genética. Porém, até o presente momento, sua variação danosa para estas populações continua a ser uma incógnita que requer análises mais aprofundadas.

3 – Glucocerebrosidase (GBA)

A observação clínica foi o fator preponderante para a descoberta do fator de risco da GBA para a doença de Parkinson. Este gene vem sendo, há muito tempo, associado à doença de armazenamento lisossomal conhecida como doença de Gaucher.

O fato ocorreu quando um grupo de pesquisadores percebeu que uma porção significativa de pacientes com a doença de Gaucher apresentavam sintomas de parkinsonismo, permitindo utilizar esses dados para formular hipóteses que associavam a deficiência no gene GBA à predisposição para o parkinsonismo.

Mais tarde, os pesquisadores foram capazes de provar que a herança de uma única mutação do gene GBA aumenta o risco de aparecimento da doença de Parkinson. As meta análises de dados indicam, de modo geral, que uma única cópia desta mutação aumenta em cerca de cinco vezes o risco para a doença de Parkinson.

Vários estudos provaram que a atividade da glucocerebrosidase é mais baixa em pacientes com mutações no gene GBA e em parkinsonianos, o que prova o seu preponderante papel no aparecimento e progressão da doença de Parkinson.

Quais as perspectivas quanto ao estudo da genética no Parkinson?

Vários estudos e propostas foram enunciadas para tentar explicar as formas ainda desconhecidas do Parkinson que admitem a combinação de fatores ambientais associados a variantes genéticas na doença. Espera-se, portanto, que os próximos anos surjam avanços importantes nas tecnologias e nos sistemas tecnológicos que nos tornem capazes de abarcar a enorme quantidade de dados gerados em cada análise genética e, assim, fornecer informações mais específicas acerca dos antecedentes genéticos da doença de Parkinson e seus potenciais fatores predisponentes.

Acredita-se que a melhor percepção dos mecanismos moleculares implicados na progressão do Parkinson ajudará no alcance de terapias mais específicas para o combate da doença. O caminho ainda é longo, mas devemos tomar ciência que a genética na doença de Parkinson estarão presentes nos estudos que trarão mais respostas na compreensão desta doença.

*Referências

Toffoli, M., Vieira, S. R. L., & Schapira, A. H. V. (2020). Genetic causes of PD: A pathway to disease modification. Neuropharmacology, 108022. doi:10.1016/j.neuropharm.2020.108022

Hedrich K, Eskelson C, Wilmot B, MArder K, Harris J, Garrels J, Meija-Santana H, Vieregge P, Jacobs H, Bressman SB, LAng AE, Kann M, Abbruzzese G, Martinelli P, Schwinger E, Ozelius LJ, Pramstaller PP, Klein C, Kramer P. Distribution, type, and origin of Parkin mutations: review and case studies. Mov Disord. 2004; 19: 1146-57.

Polymeropoulos MH, Lavedan C, Leroy E, Ide SE, Dehejia A, Dutra A, Pike B, Root H, Rubenstein J, Boyer R, Stenroos ES, Chandrasekharappa S, Athanassiadou A, Papapetropoulos T, Johnson WG, Lazzarini AM, Duvoisin RC, Di Iorio G, Golbe LI, Nussbaum RI. Mutation in the a-synuclein gene identified in families with Parkinson’s disease. Science. 1997; 276: 2045-47.

Cuidando do pai com Parkinson

Filho cuidando do pai com mal de parkinson

Em 2014, Renata Naves notou que seu pai estava com os movimentos mais lentos. Com o olhar do namorado, que já tinha experiência com o Parkinson, e a internet, ela fez o diagnóstico do pai Antônio, hoje com 77 anos. Desde então, Renata, sua mãe e sua irmã cuidam da rotina, dão carinho e afeto, e, principalmente, buscam informação para trazer mais conforto e autonomia ao pai. Leia a seguir a história de esperança dessa família e os desafios de cuidar do pai com Parkinson.

‘Há quatro anos, meu pai, hoje com 77, encontra-se com a doença de Parkinson. Percebi os movimentos mais lentos e a falta de expressão facial. Não tinha tremores. Comentei com meu namorado, cujo pai também teve a doença, que estava achando meu pai mais lento. Imediatamente, ele enxergou o Parkinson.

No primeiro momento, busquei bastante informação sobre a doença na internet. Diante de uma certa ‘constatação’, buscamos um geriatra e, posteriormente, um neurologista. Nenhum dos médicos disse claramente que ele estava com a doença. Diante da medicação ministrada pelo médico, vendo a bula e tendo nela o composto Levodopa, questionei o médico.

Fiz questão de dizer como ‘descobrimos’ a doença. Tudo o que sabemos e fazemos desde então, infelizmente, é pelo Google e nosso anjo da Guarda, o fisioterapeuta.

Não temos parentes aqui em São Paulo. Somos só eu, minha mãe e minha irmã que cuidamos do meu pai. Minha mãe é quem fica a maior parte do tempo. Por enquanto, não necessitamos de cuidadores. Temos consultas mensais com geriatra, neurologista, urologista, hematologista e cardiologista.

Mas acredito que foi a fisioterapia que devolveu ao meu pai a sua independência no dia-a-dia, condição de absoluta importância.

Desde setembro do ano passado, o quadro dele avançou. O tremor externo não se apresenta ainda, mas o interno – quando ele está deitado – é um incômodo absurdo. Nesse momento, estamos nos deparando com os efeitos colaterais que a medicação gera. Antes, eram três sessões de fisioterapia por semana. Hoje, ele faz todos os dias. Também cuidamos e controlamos bastante sua alimentação. O funcionamento do intestino é uma questão que exige nossa atenção sempre.

Ainda assim, temos momentos alegres juntos. Ele gosta de assistir TV, jogar paciência no computador e ouvir músicas moda de viola. Os domingos também são de grande interação familiar e almoços, sempre com o que ele mais gosta.

A doença nos trouxe mais união, parceria e fé. E, o conhecimento nos deu segurança!’

Dicas para controlar o estresse em cuidadores de pacientes

Cuidar de um parente ou de um amigo doente pode aproximar as pessoas e trazer muita satisfação no longo prazo. Mas, lidar com a rotina e com todos os desafios que vêm com ela não é fácil. Muitos cuidadores, após um tempo nesta função, apresentam quadros de estresse, fadiga, cansaço e um misto de emoções, como culpa, tristeza, impaciência. Na maioria dos casos, quem assume o papel de cuidador são as mulheres. E, grande parte delas está numa idade onde os pais exigem cuidados, os filhos têm suas demandas e a profissão ocupa muitas horas do dia. Ou seja, a carga não é leve. Para dar conta do cotidiano sem adoecer também, cuidadores de pacientes de Parkinson – e de outras doenças degenerativas – precisam se cuidar também e, dentro do possível, se proteger do desgaste. Só assim, o bem-estar de todos sobrevive.

Há tempos já se sabe que a saúde dos cuidadores, quando não observada de perto, pode sofrer significativamente com o passar do tempo. O estresse e o cansaço da rotina reduzem a imunidade e aumentam o risco de doenças. Conheça a seguir dicas publicadas – e aqui traduzidas – pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos. Ainda que não seja possível colocar todas elas em prática sempre, é importante levar em consideração que cuidadores precisam também de cuidados.

  • Busque técnicas de relaxamento. A prática constante ajuda você a se sentir mais calmo, mais feliz e mais capaz de ajudar o outro. Se a falta de tempo for um impedimento, veja se é possível dividir as tarefas de casa com alguém.
  • Proteja sua saúde. Pesquisas sugerem que o sistema imunológico de cuidadores, frequentemente, enfraquece. Aumente sua resistência com uma alimentação adequada, descanso e exercício, e alguma atividade que dê prazer. Aproveite qualquer folga e oferta de ajuda que receber de parentes, amigos e funcionários.
  • Encontre um grupo de apoio, onde seja possível falar das próprias frustrações com pessoas em situação similar, para obter ideias úteis para seu cotidiano. Há hospitais e associações locais que oferecem esse suporte.
  • Assertividade e determinação podem ajudar você a dividir o trabalho com os cuidados do paciente, ao invés de assumir toda a carga de trabalho sozinho. Deixe claro para a família como essa divisão pode ser feita e qual tipo de ajuda seria mais importante. Se ninguém oferecer uma mão, peça. Coordene a distribuição para que uma única pessoa não fique sobrecarregada.
  • Quando alguém oferecer ajuda, aceite. Mantenha uma lista de tarefas úteis que aliviariam sua carga, como preparar uma refeição, fazer compras, resolver questões fora de casa. Você pode passar algumas delas a diante ou apresentar as opções quando alguém perguntar como pode ajudar.
  • Aceite que as circunstâncias mudam rapidamente. Periodicamente, reveja o que você pode oferecer e de qual assistência você precisa. Se a carga estiver pesada demais, peça ajuda a membros da família ou considere suas opções, como contratar cuidadores profissionais ou até mesmo enfermeiros.
  • Fortaleça sua conexão espiritual com algo maior que você, pode ser Deus, a comunidade ou a natureza. Tirar o foco do problema, por algumas horas que seja, traz alívio e conforto.
  • Lembre-se de que você não está nessa jornada apenas por obrigação. Ao focar no amor que sente pelo paciente, lidar com o estresse nos momentos de frustração fica mais fácil.

Como a doença de Parkinson pode afetar sua vida sexual

a vida sexual também é afetada pela doença de Parkinson

A doença de Parkinson, embora seja um distúrbio principalmente dos movimentos, afeta várias outras funções do corpo. A vida sexual é uma delas, uma vez que esta é diretamente ligada ao sistema nervoso, assim como Parkinson. De acordo com a American Parkinson Disease Foundation, esta doença neurológica, crônica e progressiva, pode reduzir o desejo sexual e também comprometer o orgasmo. Ou seja, o Parkinson afeta, ao  longo da vida, a sexualidade em algum aspecto. Com frequência, os pacientes confirmam este fato.

Ler mais

Reabilitação cognitiva no tratamento do Parkinson

reabilitação cognitiva no tratamento do Parkinson

Os sintomas motores da doença de Parkinson, como o tremor, a rigidez motora e alteração na marcha, são bem conhecidos. No entanto, no paralelo, há uma série de sintomas não-motores, como alterações cognitivas e do sono, depressão e ansiedade. Cada um deles afeta o paciente de uma maneira e em uma intensidade. Todos, porém, merecem igual atenção.

A reabilitação cognitiva, utilizada no tratamento do Parkinson, traz diversos benefícios – não só cognitivos. Recentemente, uma pesquisa realizada por cientistas da University of Sydney’s Brain and Mind Centre e Royal Prince Alfred Hospital, ambos na Austrália, mostrou que o treinamento cognitivo reduz significativamente episódios de congelamento da marcha, além de reduzir a sonolência diurna.

O congelamento da marcha, sintoma que atinge 1/3 dos parkinsonianos, é uma súbita e imprevisível parada e incapacidade de recomeçar movimentos ritmados e repetidos. Na maioria dos casos, ele acontece quando a pessoa está caminhando e, repentinamente, tenta mudar de direção, chega a um obstáculo ou precisa passar por um espaço mais estreito. O congelamento provoca a sensação de estar colado ao chão, paralisado. Ele também pode afetar os movimentos dos braços e até a fala.

Abaixo, conheça a reabilitação cognitiva no tratamento do Parkinson, no texto da neuropsicóloga Fernanda M. Colucci Fonoff.

“As principais perdas cognitivas são: bradifrenia (lentidão de pensamento), declínio de atenção e concentração, alteração visuoconstrutiva (dificuldade para desenhar um objeto, por exemplo), declínio da função executiva (capacidade de planejar e executar tarefas) e alteração da memória. Neste cenário, os pacientes têm dificuldade para iniciar respostas, gerar estratégias, monitorar ou regular o comportamento para alcançar melhor desempenho na tarefa.

A descrição acima parece tornar complicado apenas trabalhos complexos e extensos. Mas é justamente aí que está o desafio. Estas dificuldades cognitivas se apresentam em situações simples e corriqueiras do dia-a-dia. E, o parkinsoniano se vê de mãos atadas para preparar uma refeição, trocar a própria roupa ou se organizar para sair de casa. A sensação de incapacidade é paralisante.

Em consultório, fazemos uma série de trabalhos, que se mostram eficientes e importantes para os pacientes. Eles são, para o cérebro, tão poderosos quanto a atividade física é para os músculos. O ideal é que um ou dois sejam praticados por alguns minutos todos os dias. Eles são:

Para disfunção executiva:

  • Exercícios de lógica matemática (sequência lógica. Ex: 2, 4, 6… ou 2, 4, 8, 16…).
  • Cálculos mentais (somar de 4 em 4 começando do 1. Exemplo: 1-5-9-13… ; ou subtrair de 3 em 3, começando do 40. Exemplo: 40-37-34-31…).
  • Fluência verbal: jogar STOP. Neste jogo, os participantes escolhem uma letra do alfabeto e completam uma lista de itens, como nome próprio, fruta, animal, cidade, filme e esporte, com a letra escolhida.

Para alteração da atenção:

  • Executar duas tarefas ao mesmo tempo (Ex. Falar tipos de animais e frutas alternadamente: cachorro-laranja; gato-abacaxi…).
  • Jogo de caça-palavras.
  • Jogo com cartas (rouba monte, mico…)

Para alteração visuoconstrutiva:

  • Cópia de desenhos simples (quadrado, losango, triângulo e círculo)
  • Cópia de desenhos complexos (cubo, estrela)

Alteração de memória:

  • Treino de memorizar e repetir um número de palavras comuns (início com 5 palavras)
  • Treino de memorizar e repetir o número de telefone de 5 ou mais familiares
  • Jogo de memória.

Conheça aqui tratamentos para a doença de Parkinson.

Atualizado em 29/01/2019.

 

Café, exercícios e álcool com moderação reduzem a progressão do Parkinson

como reduzir a progressão da doença de Parkinson

Enquanto não se descobre uma cura nem um método preventivo para o surgimento do Parkinson, cientistas investem para encontrar formas de amenizar os sintomas e reduzir a progressão da doença. De acordo com um estudo publicado no periódico Movement Disorders, atividade física e consumo de cafeína e álcool (este com moderação) – antes do diagnóstico – protegem contra a piora motora e cognitiva de parkinsonianos. 

O estudo, realizado por pesquisadores da UCLA Fielding School of Public Health e da David Geffen School of Medicine, ambas na Califórnia, teve o objetivo de avaliar se o estilo de vida antes do diagnóstico estaria associado à progressão da doença e à longevidade. Assim, durante 15 anos, 360 pacientes de Parkinson foram avaliados.  

Alguns, ao longo do período, deixaram de participar por razões diversas – falecimento, piora do quadro ou desinteresse. No fim, 244 indivíduos forneceram informações importantes sobre a progressão da doença. 

Os resultados mostraram que café, chá com cafeína, consumo baixo a moderado de bebidas alcóolicas e participação em esportes competitivos prolongam a vida. Já café, esportes competitivos e atividade física protegem contra a progressão dos sintomas motores e cognitivos do Parkinson. 

Mais estudos ainda são necessários para mais esclarecimentos. No entanto, este estudo mostra como estilo de vida está relacionado aos sintomas e à progressão da doença. 

Anteriormente, outros trabalhos já observaram que café, álcool, atividade física e tabagismo estão associados a um menor risco de se desenvolver a doença de Parkinson. 

Clique a seguir e leia tudo sobre a doença: Link 

 

Atualizado em 19/10/2022.

Excesso de proteína pode comprometer a absorção da levodopa

absorção da levodopa

Ninguém duvida da importância da alimentação na prevenção de doenças. Mas, cada vez mais, sabemos também a capacidade dos alimentos de facilitar -ou comprometer – um tratamento e o estado de saúde em geral. Em pacientes de Parkinson não é diferente. Diversos parkinsonianos relatam que uma grande ingestão de proteína, principalmente carne, pode levar a períodos off longos e incômodos. Ingerir muita carne com levodopa, a principal droga usada no tratamento do Parkinson, produz um efeito negativo.

Ler mais

Conheça o WAND, equipamento para tratar os tremores do Parkinson

WAND, marca-passo sem fio

2019 começa com uma boa notícia para pessoas com Parkinson, epilepsia e outras condições neurológicas. Um novo neurotransmissor, desenvolvido por engenheiros da Universidade da Califórnia, em Berkeley, consegue ouvir e estimular correntes elétricas no cérebro, simultaneamente. O grande avanço é que este equipamento pode realizar um tratamento específico e alinhado às necessidades dos pacientes.

Ler mais