Benefícios do boxe para o tratamento de Parkinson

Embora nunca tenha sido comprovado, muitos médicos acreditam que Muhammad Ali, tido como o maior pugilista da história do esporte, tenha desenvolvido Parkinson por conta das inúmeras e repetidas pancadas que levava na cabeça durante as lutas. Atualmente, o jogo virou para o boxe. Muitos parkinsonianos têm considerado aulas de boxe para o tratamento de Parkinson. Seus golpes – sem contato com outra pessoa -, são um bom exercício para controlar os sintomas e aumentar a qualidade de vida.

O treino de boxe consegue oferecer os benefícios que todo paciente precisa tirar de sua atividade física. Segundo a fisioterapeuta neurológica Carolina Souza, membro da equipe do dr. Erich Fonoff, e entusiasta da prática, os movimentos do boxe trabalham o sistema cardiovascular e respiratório, aumentam a flexibilidade e fortalecem os músculos. Outro benefício que se destaca com os golpes de boxe, principalmente como feitos numa plataforma instável, como esta mostrada no vídeo, é ajudar a melhorar o equilíbrio e, assim, evitar quedas. Esta é uma questão de extrema importância para pacientes de Parkinson, que ficam mais suscetíveis à perda de equilíbrio. Estudos mostram que, após 15 anos com a doença, mais de 80% dos parkinsonianos sofrem quedas e grande parte tem fraturas em decorrência.

Um dos desafios para os pacientes de Parkinson, à medida que a doença progride, é manter a capacidade de realizar dupla tarefa simultaneamente. Tal habilidade é fundamental para se levar uma vida segura e autônoma. Porém, dividir a atenção para realizar mais de uma função, seja ela motora ou cognitiva, exige treino e concentração. Para isso, os movimentos do boxe também se mostram bem eficazes. A dra. Carolina acredita que, ao praticar os golpes do boxe com os braços e ainda precisar se concentrar para manter o equilíbrio com as pernas, o paciente treina recursos que podem ser bem úteis em eventuais episódios de freezing (ou congelamento), que é a súbita perda de mobilidade por alguns momentos.

Independentemente da atividade física escolhida, vale ressaltar que a prática incorreta pode levar a lesões e, ao invés de ajudar, atrapalhar. Portanto, antes de colocar as luvas e subir numa plataforma instável, converse com seu médico ou fisioterapeuta. Nenhum exercício deve ser feito sem orientação adequada.

Clique aqui para saber mais sobre exercícios para parkinsonianos.

Atualizado em 20/07/2017.