Remoção do apêndice pode reduzir o risco de Parkinson

Há algum tempo, cientistas já suspeitaram que o surgimento do Parkinson pudesse acontecer longe do cérebro, por onde sua passagem é mais conhecida. Muitos estudos apontaram o início da doença para algum ponto do trato intestinal. Recentemente, uma nova pesquisa trouxe mais evidência para fortalecer esta tese. Pesquisadores americanos, do Instituto de Pesquisa Van Andel, em Michigan, descobriram que o Parkinson, distúrbio neurodegenerativo, pode começar mais precisamente no apêndice. O estudo mostrou que as pessoas que tiveram o órgão, por muitos considerado desnecessário para o corpo humano, removido apresentam uma redução no risco de desenvolver a doença.

Segundo os pesquisadores, o apêndice contém a proteína alfa-sinucleína, substância diretamente ligada ao início e à progressão do Parkinson. No cérebro de parkinsonianos, esta proteína se acumula, formando os corpos de Lewy. Eles são tóxicos e levam à falência dos neurônios. O objetivo da pesquisa foi descobrir se o apêndice contribui de fato para o desenvolvimento da doença de Parkinson.

Foram analisados dados médicos de mais de 1,6 milhão de pessoas na Suécia. Os pesquisadores identificaram aqueles que tiveram o apêndice removido e os comparou a pessoas que não passaram pelo procedimento. A conclusão é que a remoção do apêndice estava associada a uma redução de quase 20% no risco de se desenvolver Parkinson. O estudo, no entanto, mostra que este ‘benefício’ ocorreu apenas quando a remoção fora realizada antes dos primeiros sinais do Parkinson. As pessoas que retiraram o órgão já com o diagnóstico da doença não tiveram nenhum ganho.

É importante ressaltar que a proteína alfa-sinucleína também foi encontrada em pessoas sem Parkinson. Isto mostra que ela isoladamente não provoca a doença. Talvez algum evento faça com que ela escape o apêndice e atinja o cérebro. Todas essas hipóteses merecem mais estudo.

Dr. Erich Fonoff fala sobre as possíveis causas da doença de Parkinson. 

Atualizado em 12/11/2018.